Toda a indústria de extintor foi surpreendida com a notícia repentina de que não se precisaria utilizar mais extintor nos automóveis. Não só a indústria, mais toda a população ficou atônita com a decisão do CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito.
Quem leva em consideração o valor, sempre acredita que é desnecessário, mais quem conhece a realidade e passou por algum episódio, seja no seu veículo, ou no veículo de outro, de princípio de incêndio, conhece e sabe da importância dos extintores automotivos.
Não estamos aqui para falar de prejuízos, de empresas fechadas ou de demissões, que ocorreram e muito com a retirada dos extintores dos automóveis, estamos aqui para falar de segurança, e o que de fato as estatísticas mostram sobre a realidade da frota de automóveis brasileira.
A seguir listamos 4 motivos para você continuar usando extintor em seu carro e entender qual é a importância desse aparelho em caso de princípio de incêndio.
#01 O que as estatísticas mostram e que não levaram em consideração ao retirar o extintor dos carros
A quantidade de veículos que se incendeiam diariamente no Brasil é enorme, quem vive no trânsito sempre presenciam casos de veículos em meio ao trânsito com princípio de incêndio, seja por falha elétrica ou mecânica.
O corpo de bombeiros mostra, que só em São Paulo em média sete carros por dia pegam fogo, e no Rio de Janeiro em média são seis carros por dia, no Brasil, segundo o Corpo de Bombeiros, este número chegaria a 10.300 carros por ano, isso em casos registrados.
Outro ponto a se destacar, não é apenas a quantidade de carros queimados, é a quantidade de risco que pode ser minimizada pelo uso do extintor.
#2 Nossa frota é antiga e não podemos generalizar o fato de que os carros novos não pegam fogo
Uma das bandeiras mais levantadas pelos defensores da retirada dos extintores dos automóveis é a de que “os carros novos têm tecnologia ante incêndio” e que não pegam fogo como os carros antigos.
Pode até ser, apesar de que há controvérsias, como veremos no item #3 desse artigo, mas dos carros existentes hoje na frota brasileira, quantos são do ano de 2010 para cá? É mínimo, a maioria da frota brasileira é antiga, e não reflete a realidade de países europeus ou americanos, onde o preço dos automóveis é acessível e onde se troca de carro como se troca de roupa.
Quem lembra daquele artigo que se espalhou para as redes sociais onde se mostrava a diferença de preço de um carro fabricado no México e um carro fabricado no Brasil? É vergonhoso o preço que pagamos em um carro popular “canela seca”, em comparação ao um carro completo que se paga em outros países.
Isso só reforça a ideia de que vivemos uma outra realidade, e de que nossa frota de veículos não pode ser comparada com a frota de outros países.
#3 Os recalls mostram a realidade dos carros novos
Inúmeros carro novo tem tido princípios de incêndio por vários motivos. Várias empresas têm publicado recorrentemente e chamado a recall um número expressivo de carros novos, por risco de incêndio.
É dito que os carros novos não pegam fogo, mais veja esses números e tire suas próprias conclusões:
- Renault chamou 33.974 carros para fazer recall em 2015, com risco de Incêndio;
- A Honda chamou para recall cerca de 2,1 milhões de veículos pelo mundo para substituir o sensor da bateria devido a riscos de incêndio;
- A Hyundai do Brasil anunciou que quase 140 mil unidades de seu modelo mais vendido, o HB20, têm um defeito de fabricação capaz de causar incêndios;
- A General Motors anunciou recall para 164.840 unidades da Chevrolet Spin, anos/modelos 2013 a 2018, fabricadas entre 14/10/11 e 22/8/17, por risco de incêndio.
Com esses números será que poderíamos afirmar que nossa frota é segura, e que o extintor é desnecessário? Fica o questionamento.
#4 A busca desenfreada dos fabricantes de carros pela redução de custo
Foi se a fase em que a fabricação de carros estava a mil e que se vendia carro mais que arroz no Brasil. Apesar de nascer mais carro do que criança no Brasil, a realidade brasileira de hoje final de 2017 e quase início de 2018 é outra.
Não é todo mundo que tem a possibilidade de trocar de carro anualmente ou comprar um carro zero com certa frequência.
A instabilidade política e econômica afetou muita gente, poucos foram os que mantiveram suas rendas ou cresceram de uns anos para cá.
E sem dúvida isso reflete na venda de carros, onde a redução de custo é uma ciência aplicada nos mínimos detalhes, então para que aumentar o custo em R$ 100,00 de cada modelo de carro, se podemos tirar uma peça e baratear mais nossa produção, não é mesmo?
Esse é o pensamento da indústria de veículos, ao forçar o DENATRAN a aprovar no calar da noite de forma unilateral sem consulta a sociedade, os extintores de incêndio dos carros.
Mas quem somos nós para contrariar uma instituição como o DENATRAN que nos últimos tempos anda tão de bem com a sociedade como como os episódios do:
- Kit de primeiros socorros;
- Necessidade de colocação de simuladores nas autoescolas;
- Retirado dos extintores dos carros.
Espero que esse artigo tenha servido para que você forme uma visão crítica a respeito do que tem acontecido com a retirada dos extintores dos veículos em nosso país, e entenda que o extintor não é só mais um objeto, é um aparelho para a sua segurança.